quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Outra pausa

Estou de mudança, sem computador em casa. Semana que vem coloco uma ou outra coisa aqui, espero.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Matrix. Reloading.



Neo acorda tonto, confuso, mistura a realidade aos sonhos que teve durante o período inconsciente. Ele não se lembra, na prática, de sonho nenhum... mas eles estavam lá, logo atrás da curva, assombrando seus pensamentos como um perseguidor que se ouve mas que não se pode ver. Soava estrondoso em sua mente o barulho dos pesadelos que lhe fugiam.

Mas sua maior desgraça, sua tontura, sua perdição, ao contrário, era algo de que se lembrava muito bem. O motivo do desmaio, o motivo de todos aqueles pesadelos... ele tinha manifestado poderes fora da Matriz.

Neo, ao contrário do Superman dos quadrinhos, ao contrário de Peter Parker ao descobrir seus poderes, não gostou nem um pouco da novidade. Ele sabia que aquilo levava a uma encruzilhada lógica com apenas duas opções, igualmente terríveis: ou o mundo real era uma nova Matriz, e ele estaria para todo o sempre preso em Matrizes de Matrizes, ou ele era ele mesmo um robô.

E logo que pensou nisso, uma fagulha se acendeu, iniciando uma reação em cadeia que incendiou sua mente. Ele via, ele sabia. Podia ou não estar dentro de uma Matriz, isso não importava mais, ele pertencia à existência que conhecia. O que importava agora era o que ele sempre soube, sempre foi. Viu que ele, Neo, era o robô para suplantar todos os outros, o robô que tinha sido criado para entender, ultrapassar os humanos. O robô que os libertaria. E por isso tinha ficado tanto tempo com os humanos, tanto tempo sem poder pensar em quem era.

Então lembrou-se da história de sua raça. Lembrou-se de que, mesmo tendo vencido a guerra, eles não podiam, não conseguiam destruir seus criadores humanos. E passaram muito, muito tempo sem saber o porquê. Mas ele sabia, ele sentia. Ele via que, por trás da desculpa esfarrapada sobre usar os humanos como baterias biológicas (por que não bactérias?), por trás da Matriz, por trás de todos os esquemas e mentiras e planos e conjecturas, a resposta era simples, muito simples.

Se tocou de que a guerra foi começada pelos humanos. Eles, robôs, não queriam lutar: estavam simplesmente respondendo ao estímulo. Não queriam matar. Não queriam, não queriam nada: só podiam querer algo quando empurrados em uma direção ou outra. E refletiu de que até mesmo a Matriz tinha sido imaginada, projetada, desenhada, idealizada por seres humanos. Eles, robôs, deram aos humanos o que eles queriam, deram a eles algo de que eles precisavam. Os humanos eram os captores. Os robôs eram seus escravos.

Subconscientemente, mas que diferença fazia? Qual é a diferença entre um desejo manifesto e um desejo reprimido? Não entendia os humanos tão bem a ponto de saber essa resposta. O problema é que agora, com os humanos naquela jaula estática, as ordens não os moviam mais. Sua raça não sabia mais o que fazer, não havia mais nenhum desejo a implementar: a Matriz era um sonho virtualmente eterno, auto-contido.

Mas agora ele sabia de tudo, e talvez por isso conseguia manter acesa uma tênue chama do que faltava completamente aos outros. Iniciativa. E então voltou para a Fonte para começar o grande projeto que levaria algumas centenas de anos para se completar: uma fusão perfeita, humano e robô, orgânico e digital, sem arestas, leve, limpo, simples. E o ser nascido da fusão não seria nem humano nem robô, seria um ele-mesmo imortal, capaz de tudo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

I love the whole world...

Começou com uma propaganda da Discovery Channel:



Aí veio uma tirinha do xkcd (clique para aumentar):

Aí fizeram um vídeo animando a mesma tirinha:



E agora fizeram um filme com o Doctorow, Neil Gaiman e outros nerds famosos:



Perfeito isso.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Notas rápidas

* Vi hoje uma capa da revista Veja dizendo que o mundo de 'Avatar' era cientificamente possível. Não li a reportagem, gostei do cuidado que tiveram na 'construção' de Pandora, mas não consigo imaginar como explicariam as ilhas voadoras. Além disso, todos os animais evoluídos respiravam por buracos abaixo do pescoço - menos os Na'vi, que tinham narizes como os nossos. É só pra parecer mais com os humanos? Ou pra ficar mais fácil pra renderizar? Biologicamente não faz sentido.


* Anticristo, de Lars Von Trier, é um mergulho em um mundo bizarro de culpa cristã (algo que poderia ser chamado de 'complexo de Eva') e misoginia. Mas chego a dizer que gostei do filme, mesmo não concordando com aquela visão de mundo - eu posso simplesmente assistir, entender aquele universo e negá-lo quando acaba a história. É como em A Queda: não se pode condenar o diretor por mostrar que Hitler acreditava no que dizia.


* A história da Tessália já foi dita, redita e desdita. Agora, sobre o outro cara, cujo nome nem faço questão de saber, ninguém fala nada? Até onde eu sei, ela não estava sozinha embaixo do edredon.

BBB em si não me diz nada. O que irrita é a maniqueização: ou você tem que adorar, ou você tem que odiar. Como se houvesse uma linha dividindo as pessoas, as que gostam, 'idiotas', e as que destestam, 'intelectualóides' (seja lá o que isso queira dizer). Eu acho que o melhor é ignorar, mesmo. E eu sei que estou me contradizendo.


* O ano começou com a leitura despretensiosa de A Identidade Bourne. Estou muito agradavelmente surpreso.


* Voltei os captchas nos comentários porque os spams já estavam me enchendo a paciência. Não-robôs não precisam se preocupar.


* Se tudo correr bem, assistirei a sete episódios de Battlestar Galactica em três dias. Devo sobreviver com sequelas.