domingo, 21 de março de 2010

Starcraft, uma explicação, ou nenhum dos dois.


Durante algum tempo, joguei muito Starcraft. Nada como os coreanos malucos que morrem depois de jogar por 50 horas seguidas, mas foi muita coisa, sim.

Bom, o caso é que, quando você conhece algo sobre Starcraft (ou sobre qualquer outro jogo de RTS), sabe que se o tempo está passando e você não está apertando botões alucinadamente, o seu tempo está sendo perdido. Se você está esperando por alguma coisa, é porque enfileirou as tarefas erroneamente. E é nessas horas que o seu adversário chega com o rush de zealots enquanto você pateticamente se defende com meia dúzia de zerglings. Bons jogadores encadeiam as tarefas de forma que elas se encaixem umas nas outras, sem que seja necessário nenhum intervalo entre uma e outra. O tempo é aproveitado ao máximo.

De alguns dias pra cá, estou me sentido meio um noob de Starcraft com relação ao meu dia-a-dia. Tenho milhões de coisas pra fazer, preciso encadear tudo, mas jogo muito tempo fora - por exemplo: estou parado, mas poderia estar colocando roupa pra secar se tivesse me lembrado de colocar elas pra lavar mais cedo. E, por conta disso, o blog espera, sofre, praticamente agoniza por ser um luxo, um capricho ('necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais').

And now for something completely different, eu achava que meus dias eram corridos na faculdade. Prff. Noob.

Um comentário:

Henrique Rossi disse...

André,

Acho que tenho uma consideração importante a fazer com base neste trecho (preste atenção ao termo que grifei):

De alguns dias pra cá, estou me sentido meio um noob de Starcraft com relação ao meu dia-a-dia. Tenho milhões de coisas pra fazer, preciso encadear tudo, mas jogo muito tempo fora - por exemplo: estou parado, mas poderia estar colocando roupa pra secar se tivesse me lembrado de colocar elas pra lavar mais cedo.

Parece-me uma descrição clássica de estresse ascendente. O excesso de atividades importantes (responsabilidades inadiáveis) cansa tanto que exige uma pausa do organismo ("estou parado"). É uma interrupção imperativa, pois as necessidades exigem que você estivesse fazendo alguma coisa com aquele falso tempo livre. Portanto, você se responsabiliza e se cobra fazer mais coisas ("mas poderia estar..."), mas geralmente essa cobrança só tende a somar a ansiedade, ampliando o estado de inquietação e paralisia por estafa. Recomendo cautela. Será que você não está fazendo coisas demais? Será que você não está se responsabilizando demais pelos necessários momentos de descanso? Cuidado para não se deixar dominar por essas cobranças.