Nunca imaginei Jack Aubrey como um homem casado; no entanto, boa parte da história de "A Fragata Surprise" gira em torno da ansiedade do comandante em torno de seu possível casamento com Sophia (aliás, o nome Sophia remete ao primeiro navio capitaneado por Jack, o Sophie. Com certeza isso não é meramente casual... mas terei que reler o primeiro livro para descobrir relações entre o navio e a pretendente de casamento).
Terminei o livro ontem; belíssima a forma com que o autor, Patrick O'Brian, descreve os detalhes, problemas e perigos da vida no mar, desde o escorbuto até encrencas com rivais em terra. Na verdade, a vida em terra entedia; assim como Jack, sou impelido a correr pelas páginas até poder voltar pro mar, em busca de alguma tempestade, de alguma batalha ou de alguma presa. O mar é o meio e o fim; Jack não toma um barco pelo dinheiro ou pela fama, mas sim pelo prazer de fazê-lo; ou melhor, porque nasceu para fazer isso. Não se pode imaginar Jack Aubrey longe do mar ou longe da guerra, assim como não se pode imaginar Madre Tereza longe dos pobres (porque, se não houvesse pobres e doentes, Madre Tereza não seria Madre Tereza... seria uma freira qualquer, ou qualquer outra coisa). E, da mesma forma, Maturin nasceu para operar, dissecar e classificar; não se pode imaginá-lo sendo outra coisa fora um cirurgião/naturalista. Eles nasceram exatamente na época certa e no lugar certo. E, apesar disso, são assustadoramente reais, falíveis, humanos.
Mal posso esperar para colocar as mãos no próximo livro.
Matinê
Há 7 anos
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