Mas, depois que entrei na Universidade, percebi que apenas eu e alguns poucos viam as coisas assim. A maioria queria se formar em quatro anos, arrumar um emprego, esquecer o Alan Turing, o Laplace, as redes neurais, os NP-Completos.
E pelo visto as coisas estão cada vez mais exacerbadas nesse sentido. O governo do Estado de SP, por exemplo, investe em cursos de formação rápida voltados para o mercado de trabalho. Não que esses cursos não sejam importantes; mas acredito que os objetivos da Universidade não devam ser deixados de lado por conta das marés do 'mercado'.
Enfim, escrevi tudo isso porque um amigo me mandou um texto sobre os EUA que também diz muito sobre a nossa realidade, citando por exemplo a contínua diminuição do interesse nos cursos de Ciências Humanas. Isso, segundo o autor, leva à criação de uma infinidade de drones workaholics cheios de market skills.
Só faltou um pouco de discussão sobre a capacidade desses cursos 'Humanos' de formar pessoas realmente questionadoras. E outra questão é se os cursos 'Exatos' também não deveriam, de sua forma, criar cidadãos preparados para enfrentar o desafio moral que é o mundo moderno (como já foram inúmeros físicos, Einstein é um exemplo óbvio).
E, pra terminar:
Um homem bom é aquele que tem opiniões desejáveis para os que estão no poder.
Bertrand Russell
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